20 maio 2010

Cruel é o mundo feito pelo homem, cruel é o homem!

Construí Enéadas nos livros do mestre e os anos multiplicaram-se por expedições de selectos influenciados pelo pensamento...
... o homem curou-se dum lado e amargurou-se do outro.
A moral do mundo são leis criadas pelo humano que faz de si mesmo, desumano para as cumprir.
Pensar que poderão ser o destino da alma?
Seria mais fácil a dita inteligência ser um só uno!
Mas isto que deixo aqui, não pode ser um jogo de cartas para descartar tais pensamentos...
... logo hoje que trouxe-te um bocado dos elementos simbólicos do riso que carrego e me completam.
O supremo?
Vejo como virtude!
E tudo que é tudo, são coisas que nunca apartaram do não deixar de ser simples coisas.
Sou invisível aos teus olhos, por isso não me vês...
... e o conceito que treme tuas pernas é mente repleta de léxicos conscientes dos seres habitados ao nosso lado, enquanto continuamos, vivos.
Vejo animais crentes neles mesmos e as conotações, tornam-se invasivas a querer transmitir pessoas, num acordo ortográfico sem significado maior de palavras gregas de se entender.
Se posso escrevê-las tortas e desordeiras posso destorcer realidades, mas dou de caras com outras tamanhas, que podes nem entender qual código é o da mente.
Ser apenas, a inspiração dum escritor louco e viver noutros mundos à parte do meu que é sadio e cruel, era bom que Plotino voltasse a decifrar seus mandamentos filosóficos e desenvolve-los, a ponto de dizermos todos gritando:
- houve evolução!

Homem bicho é bicho que foge do bicho homem.

escrito 19 Maio 2010

05 maio 2010

Guardo num baú de recordações...

Guardo num Baú de recordações, pedaços de jasmim fragmentados que foram rasgados do pensamento. As melancolias que foram antes pardas alegrias estão nas mãos de um esquilo preto. Guardo os sons das quietas ondas dentro dos búzios que colhi da praia encantada, e algumas dessas magias estão soltas à espera da nova alvorada. Os espinhos das roseiras bravas foram arrancados pelo vento dos sonhos, o cheiro das flores que foram pintadas guardo nos inúmeros olhares quebrados que fui encontrando. Tenho sorrisos acolhidos em fotografias a preto e branco. Entre outros escondidos alguns desolados, tenho presos vestidos de cor nas bonecas importadas. A fita acetinada tem um atado do meu cabelo de criança e num frasquinho pequeno guardo o cheiro das violetas com muito carinho. Aquela estrela que o sol secou na minha praia ainda tem alguma areia já negra. Outra foi roubada ao deserto de Marrocos. Guardo duas pedras coração que encontrei à mão na minha calçada e todos os textos iluminados vivem dentro do livro negro com separador de páginas num mural instigavel! No meu baú tenho segredos. Tenho tantos segredos desenhados num diário escrito à mão. Às sombras dei-lhes a cor branca da luz mais amena dos dias que fui riscando do calendário. Aos nomes que foram riscados somei e subtraí emoções e o que não me marcou nunca lá foi guardado. Os beijos, multipliquei-os em ofertados abraços que nunca medi com fita métrica. De tudo que tenho guardado, faço memórias em momentos únicos e aprazerados de aconchego. Guardo a chave num lugar secreto, onde ninguém sabe. A chave tem pendurado como amuleto, uma clave de sol que dita o destino que vou traçando. Como prova rubra de alguns sonhos fustigados, fui ateando fogo de vez em quando a dar espaço a outras lembranças que pretendo guardar. Na aurora de cada amanhecer tento esquecer-me em papel timbrado que vou construindo aos pedaços, como os castelos dos versos, vou sorrindo sem vendas no olhar. Tenho um baú guardado onde raramente abro estigmas ao universo. Das poesias que fui escrevendo tracei um editado já declamado com alguma proeza, e aguardo que seja consagrado no meu imaginário. E porque o sal que por vezes derramo nesta consulta não combina com o meu perfume, fico na espera de que um novo dia surja pleno de esperança.