19 fevereiro 2012

o acaso dum poema:

porquanto a vida é palco luminoso num olhar!
e as letras do acaso, dançam nuas: aliciam
despedaçam e decepam
ou encantam neurónios ardentes e entusiastas.

tudo fruto duma enormidade.

se a sedução e deserto passam na mente do pecado,
a alma arrefece eterna num amor dilacerado
curvo e preso na porta entreaberta do desejo.

quem dera, que dele despertasse esse acaso!
pobre frio que a vida tem lá: no horizonte.
querer o âmago das fragrâncias providas da consciência
e fortes lutas quanto baste,
em cada escrito cor pálida arrancado de mim.


é jeito do teu gosto,
que visado existe em tão ateadas velas!
tão distante assim, podiam
mil flores errantes de desejo ter liberdade!
mas perdem-se-me no futuro duma brisa dum sorriso
ganho de asas que vão, ao teu encontro.

que imensidão é a noite desprovida dessa chama!
e que farei do vinho escasso senão o bebo quente!
esse teu olhar rouco, que seduz todas as astúcias
são lágrimas frágeis juntas ao pecado!
o desejo dessa musica, fatal e insana.
a vida é amuleto cego e turbo: lindo e genuíno.


Rosa Magalhães
dilema:



quando estou aqui quero sempre estar ali e nunca consigo estar ali porque estou sempre aqui.
 
Rosa Magalhães
olha-me nos olhos quando falares comigo até que a morte nos prolongue a vida.

Rosa Magalhães
vida: mar de rosas; ondas vão e vem, revoltas de espinhos: o amor.

Rosa Magalhães