17 fevereiro 2011

feeling


A prédica que componho no caderno
tem linhas duplas e traz fluido de amor
- Como teu olhar é belo e acometido no tímido
o zelo que por ti sente o beijo
o primeiro que lembro ter dado
e lembro ter sentido, um vale de desejos
e de medos a fervilhar por dentro
um sentir quase quebrado, mas perdido.

Às vezes o rosto que trago ensonado, não é meu
é do sono que me embriaga nas saudades que ficaram
enquanto outras, partiram.

Há margens do rio intrínsecas mas lavadas com o tempo
hoje,
ando mais aflorada nos meus segredos
minhas cumplicidades, vestidas
sem portas nem trancas, minhas magias enamoradas
meu bosque encantado onde colho cogumelos com alma
apimentados de mil cores
e no destino um perdão soado!
outros paraísos com trovas ao som das lágrimas
duma saudade que espreita enciumada de silêncios
meus silêncios um mesclado
entre o soneto exalado de dor e os meus devaneios
onde coexisto
dentro desse olhar bruto mas belo e irado

 
por Rosa Magalhães
 

Sem comentários: