27 abril 2010

Cativeiro...

acordei com asas nos pés
e mãos atadas como os presos
nas celas do cansaço
vi gaiolas penduradas
com vidas e pássaros lá dentro
tremi o medo de olhar o espaço
foram dores cantadas
sem cordas de violas
foram sonhos pendurados
nas portas das gaiolas


acostumei à dúvida do estar
tão perto desse estado
e no brinde, ouvi
um simples estalar de dedos

recheei a coragem com falcões
e rapinas indolentes do saber solto nos ventos
e soltei-me os pés
voei como se as asas
saíssem de mim para bem longe
e fui de mim um cativeiro

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