28 abril 2010

Imperfeito e humano

os defeitos falam certo em actos de verdade
como Deus escreve certo por linhas rectas
nós, entendemos tudo errado
nas limitações de risco usam-se máscaras
carregam-se lutas por dentro, quase equilibradas
domam-se feras entre os seres humanos
e há filósofos de sensualidade e de afecto
o mutuo é essência que se pretende esquecida
o corpo aspirado está a um passo
do objectivo programado
uma só ideia combinada
uma só visão apaixonada
entre o cosmos ancorado no imperfeito
e o ideal do distanciamento, fica a razão
e unem-se à mente numa vontade centralizada
se a natureza transforma já não há paz
já não há amor, nem dor
tudo avança em prol do errado
atrás das verdades, fantasiam-se reais fantasias
no desfolhamento da hipocrisia, o teatralizado
probo maior e coerente é pele de lobo
vestida de cordeiro
as tragédias são comédias
sentadas em rede balançada
prevalecem camélias soltas no ar do apego
o platónico e distante das verdades
é avesso de horas vãs
e na perdição, há a espera
de uma esperança germinada
que nunca foi sonhada, na verdade!

escrito a 27 Abril 2010

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