29 junho 2010

R’s dos Sonhos


Quando fui maRé de ti. cheguei ao céu pigmentado de maR. o azul fResco da chuva pintado soltou-me e caí nas ondas adoRmecidas a velaR-te. na nuvem que me levava sonhei. dentRo de mim uma gota de sal. coRRi a passaR-me suRpreendente. meu eu ia no sentido contrário de mim. tRespassei o sol encobeRto pelos sentidos e fui a velaR ventos aRRastados numa gaivota que voava baixinho. disse - não sais daí?

Os gRitos que ouvi vinham de um gRão de aReia escondido dentRo do livRo decoRado com maRés vivas. o amoR bateu à poRta a fazeR-me cair naquela aReia. fiz-me passeio da liberdade. esqueci da maResia que soltou-se tuRbulenta como se ali fosse uma manhã de cinza. do azul já pintado de tinta fiz um abRigo. uma sensação declamada. os sons tocavam no fim do maR e as ondas vivas dispeRsaram. meus pés descalços penduRados e eu sentada num baloiço de beijos ondulados. sentimentos velados e uma bRisa que passava mais à fRente dos sonhos.

Os sonhos saíRam serenos quando deixei a maRé de mãos estendidas. dentRo de mim um vácuo de ondas peRdidas. a sensação foi no mínimo, estRanha. o cenário oscilado poR todo aquele maR pigmentado de céu estava à deRiva de um baRco paRtido. explode-me o êxodo da emoção que tRazia ancoRada. mas nunca andei peRdida.

Rosa Magalhães

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