25 agosto 2010

Sofro

Sofro tanto
tanto tanto tanto
como se tu fosses mácula
licenciosa do meu tempo
como se fosses sujeição
básico condimento
a sair-me do peito
ou arrojado de inquieto
como se o coração
não espancasse certo
e galgasse por todo o lado
Sofro
remo e padeço tanto
tanto tanto tanto
como se fosse sentença de morte
por estares sempre a meu lado
a deixar-me amor sôfrego e sedento
inacabado
Sofro tanto
Tanto tanto tanto
que nem sei
se sofro assim tanto
nem se na metade sorrio de contente
e mesmo que o amor seja assim
tão quebrado como este tanto
que faleça por tão tamanho pranto
dentro do sonho velado
ah como eu sofro
se meu sonho faiscasse e pronto?
ficasse eu
uma pena solta no canto
que por ti canto!
Rosa Magalhães
escrito em Dezembro 2009

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