03 agosto 2011

O teu olhar uma cortina branca...

não é teatro que o melhor suco para escrever é a inspiração mas hoje apetece-me escrever e falta-me esse alento especial. não sei porquê, mas acordei já com isto e fiquei a matutar na razão do meu querer e nada movia-ma a essa essência. Fui rumo ao meu querer, voei alto dentro de mim em busca de algo que me aguçasse o espírito e me exaltasse a alma mas nada do que eu via e ouvia dava para escrever. Meu pensamento voou para outros que assim como eu querem escrever e como será que conseguem fazê-lo porque ninguém tem essa vontade todos os dias! Entendi que a necessidade de fazer coisas lhes permite transportar para o papel essas experiências, é mais real. Mas descobri o quão loucos são, olha eu agora forçar uma escrita com coisas que se calhar nem desejo fazer! Sentei-me dentro do meu silencia e fiquei à espera que algo surgisse e nem os passarinhos na rede a cantar me animaram esse querer. Passei horas a pensar no nada porque era o nada que me invadia a mente e nada que pudesse estar ao meu redor me fazia ganhar o calor que necessitava para escrever. Na consciência queria escrever, mas não sabia porquê nem para quem e nem tão pouco sobre o quê! Queria muito escrever, pensava, pensava e não sabia sobre o que haveria de escrever. Mesmo até a vibração do exterior não me alagava da alegria suficiente para ganhar essa sensação que pudesse daí surgir uma história qualquer. Dei comigo instantaneamente numa fracção de segundos no teu olhar como se uma energia me puxasse e alheada nessa mistura deixei-me mergulhar na emoção sentida que agora estou a contar. Parecia-me um espelho dentro das multidões onde a menina dos meus olhos dançava e eu ia seguindo por arrastão e fui e entrei na dança como uma bailarina à beira de um rio lindo.
O teu olhar uma cortina branca…

Rosa Magalhães

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