23 novembro 2011

De mim sou nada senão algas e sargaços



De mim sou nada senão lugares moços
Senão fruídos olhares moliços
Senão quebradas coisas pequenas
Dum mundo breve e despido

De mim sou nada senão psicadélicos momentos
Senão voz que debelo e me cala a infância
Que escuto muitas vezes no ranger do meu silencio
Algas da rua dos meus pensamentos

De mim nada sou senão fragmento erigido
Senão janela tardia e trancada pelo vento
Senão enlace de perdões que me confundem
Erróneos do acaso com cabelos níveos

De mim sou nada senão pedra que esfinge
Senão remansos no devaneio do lamento
Senão senda deposta e vencida que me assola
Senão trova do sargaço donde a safa
Desata-me e parto


Por Rosa Maglhães

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