05 janeiro 2011

O recomeço!

Azougaste-me dias avessos

acólitos permaneceram os compassos
nas letras esguias traçaste-me um destino
coligidas ficaram as falas
desiguais mas mansas.

Agora, fervilham-me
os suspiros teus já suspirados
porque demoraste tanto
na farpela que arrancaste
e os passos de verão cobriram-me o corpo
ao invés de despi-lo, vesti-te.

O calor só trazia afinal o final da tarde
por aformoseio, no peito
o afincado triste fado
por enganado amor acudi-te na mão
um gesto palpável nada em vão.

Demarcado o perdão que ficou vincado
em cima da mesa duas taças de vinho
no chão sorrisos espalhados como adornos
e na mente o ressentimento já não ardia tanto.

Decorreu o tempo
capaz de acobertar tantos fracassos!
Mas a vida quer um recomeço
para aflorar de novo a idade!
Conquanto nada se perde tudo se renova
a vida é incessantemente a constante mudança

por Rosa Magalhães

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