01 setembro 2009

Tempo sem fim, a esperar-te!

 

Subo ao fulgor do teu corpo,
num passeio de labirintos teus,
infindáveis muros meus,
amarras sorves!
Enquanto a música lura dos ecos,
é carícia a arder-te de novo
na ânsia ténue de amor louco,
prende-nos um só corpo.
Bradas emoções guardadas,
outras doutrinas,
somáticas horas
na espera de sonhar-me de novo!
Teu silêncio, meu silêncio que silencia
escassa de ti, preciso-te!
Sobrevivo das palavras a perder-te,
perco-me nos teus olhos
aterrados de cerimónia
de amor e festa,
brindo à tua procura!

Teu rosto grita meu grito
a procurar-me a boca,
trémula, que vai dizendo loucura
mas a razão que não tenho,
arranca-me emoções
e solidão sofrida!
Falta, meu amor,
o fogo da tua presença.
Teus colarinhos brancos
enxugam lágrimas juradas,
do amor que me atiraste
num acto sagrado e inquieto!

Conto as noites
que tardam e passam.
Perdi-me em ti
nos minutos que não te tinha.
Na jura de amor que te disse,
a outro não me entregaria.
Sobrou o tempo
sem fim que passei
a esperar-te!

Rosa Magalhães

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