10 novembro 2009

O futuro não tem fim!

Rosa Magalhães
04 Nov. 2009

Rompem-se raias na fenece do teu corpo / acordo por não acudires-te a quando da aurora / estacas-te por aí acamado no degrau da escada e não ateias laços de poetas nem da canção de escárnio / o futuro nunca terá fim e há uma fogueira lá fora que arde de tédio nos teus olhos a cegar-te / a roda de açucenas é franzina / contas-te labirintos de adultos mal sarados que nada sabem senão o mal de afecto e foges / foges de ti enquanto podes fugir e nessa loucura amarrada entregas-te e omites / há protegidos de Deus há protegidos do diabo / serei o segundo a trazer cabelos castos e lume afogueado no teu ar azedo / declama-se bela prosa em formato de rosa que sustenta a minha calma / teus mares sem marés vivas estão sem fervor / faz-me um favor / voa-te / afora-te por aí como no dia em que ela te note / o degrau de escada está quebrado sem saber-te / já correste atrás do nada e o nada acarretaste / afinal nem olha teus dedos falidos de ataúde numa chama desgovernada que esfriada a obscuridade / não acalentas viva alma e o que sucede aos entusiastas é tormento sem cabeça e coração sem juízo / então adeus / vou-me para que não veja esse estado minguado rastejar por amor como fenece desvitalizado / vou para o lado que vai o vento / amanhã será cedo / vou dormir á correr para acordar a crescer / e lá vai o delinquente empurrado à berma da estrada que não diz nada / adeus vou para lá da porta / vou para lá da lua / lua gigante e iluminada / um céu perfeito onde minha tentação é meu amor amado a querer-me do mesmo jeito / homem com carácter que me leva pela mão e me agarra pelo coração até ao inferno se caso for certo / lá o amor é casto como meus cabelos longos / a sombra que me leve a deixar-me ir e a luz fosca que vejo por terra anda a cair / irei partir para despir todo o sentimento que vai longe / enquanto círios híbridos derretem bebo café sem trazer veneno / de ti vem coração que não ameno / pobre de amargo / insecto paradigma que se apoia noutro / e diz que é por engano como formiga tonta à deriva do pródigo abatimento.

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