19 julho 2010

Do Poeta ao Leitor

Sou poeta e escrituro o que me almeja.
penso o que me almeja. sonho o que me almeja.
hoje, hoje não vou falar de amor, não me apetece!
hoje não vou falar de ti nem de nós nem de mim,
nunca falei de mim,
nunca dei alicerce de me dar a conhecer!
de mim,
só sai o que eu afecto falar,
o que eu intento escrever e hoje,
particularmente hoje, não me apetece falar,
nem tão pouco escrever e já escrevi mais que meu querer.
está decidido!
hoje não vou falar dessas coisas banais
que só acontece aos mortais!
hoje,
só vou falar do que me patroa, por isso não irei falar de amor,
mas posso falar da dor que isso me faz doer…
por não me apetecer falar de amor.
não trago desejo de escrever
e de eros hoje não tenho anelo pra cavaquear.
sou poeta escritor e sinto a minha dor quando intentar,
e se de amor me apetecer não falar,
serei ou não um fingidor
sou poeta e escrevo o que me almeja,
ou escritor, profiro o que me apetecer!
posso até fugir para outra parte qualquer…
sou poeta escritor,
mato-me se me apetecer e quando quiser!
ou digo simplesmente
que sou o cheiro de uma flor, para te deixar a sorrir…
e tu, meu querido leitor
acredite, acredite se quiser!


Rosa Magalhães

Sem comentários: