06 julho 2010

Existir

Imensidão, imenso paraíso
a paragem na inquietude inquieta, sentir
minha alma calada em silêncios, mudos
existir a cada dia é viver, vida
há letras supremas
há cifras cantadas
musicais de músicas mansas, lindas
imitar ermitas gentes e povos
amor amor amor muito amor no mundo
a longitude, tão perto
emergem marés nos mares soltos
o determinar há-de ser canção
e o tempo sem tempo há-de voltar, à mão
distante como frio, é o olhar que tomba
na evolução algas a crescer, crescimentos nocturnos
trago desejos sinceros, aventuras
nadar é chegar a esse espectacular
escritor não tenho, escrevo dele
não sou o que escrevo, sou o escrito
sentada sento-me na areia, no mar a correr a vida
vê! vê com olhos de verdade a vida passa, tão à correr
não sei se quero sair deste lugar enfermo
lugar a ver o mundo a colher cada dor solitária
amanso os mansos gansos para que, não morram

Rosa Magalhães

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