24 janeiro 2010

Céu anjos sapatos e asas de batom.

no céu vogam anjos. sapatos e asas de batom a colorir nuvens de azul cor da terra. nas asas. rodopiam sinais de esgrimas e por cima das nossas cabeças os pensares velozes. lentos e lamentos. andam felizes os anjos que soltam bolinhas cristalinas. os coloridos a salpicar temperas perdidas de solidão. o fogo. ai o fogo meu amado pelo sentido errado de arpão em forma de pavão. atirado num clamor maior e bailado. sóbrio ou embriagado dentro de cada bolinha leve. existe amor muito amor e queimados a arder por chamas de paixão e aos anjos andam vestidos com o clarão. fazem-se fios de seda só pra encher o ar da ilusão. Entre as bolinhas temperadas do sabão também há anjos negros a voar desconcertados e amargurados a ditar destinos que não seus. ousam amar. querem amor. mas esgueirados como arados andam os campos de incenso. vagueado nos sopros suspensos nesse fios de seda atirados pelos anjos vestidos de cor. invadem em clamor os sonhos com desejos mil de sinceridades de papel incolor. regados são regados pela fantasia e vão. vão-se os amores quebrados que suplicam retirar dor. acendi almas. lapidai-as de ânimos. dei-lhes ilusão e ateei-lhe o fogo. depois. retirei as amarras. soltei-me dessas presas desoladas. abençoados céus sem mundo a desabar sem terra. acalmo os anjos. os anjos a vingar pelas sementes a matar diabos soltos caídos fugidos pelos incertos. no céu voam anjos. sapatos e asas de batom.


escrito em Setembro 2009

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