31 janeiro 2010

Fim

Julgue-se que o veredicto deste elenco enceta pelo fim a casar a filha da viscondessa da terra, e foram muito felizes para sempre! Tiveram sete filhos antes de casar e o padre da aldeia coagiu-os a solenizar votos legais, para zelar o bom nome da génese. Era tanto amor a desabrochar naqueles olhos que nunca cuidaram estar em pecado perante a lei de Deus. Antes do nascimento do primeiro filho, o Josefino era admirado por sua sogra e jurou fidelidade à sua amada: “até que a morte nos separe”, causando ideia que nunca mais na sua vida, iria ousar, olhar outras flores noutros jardins que não aquele, aquele onde um dia dormiu abraçado a um vaso junto à soleira da porta, no dia seguinte da tropa, a quando da folga que afogou suas mágoas numa garrafa de vinho. Isso partia o coração da mãe do Josefino. Um rapaz que nunca caminhava exacto, mas era bem acolhido, como se fosse sempre menino prestes a ficar com aquela doença que o atirou à cama por muitos dias seguidos, à espera que as bolinhas vermelhas fugissem do corpo para assentar e estudar. A professora admirava sua graça de olhos grandes e muito sardento de rosto, muito simpático e ágil, de grandes feitos no controlar outros que jogavam à bola, esquecendo a bola tantas vezes enfiada no telhado da vizinha, que sempre vinha asnear de brava. Afinal, Josefino ainda nem tinha idade e como a mãe estava sempre por casa, nunca precisou sair das saias da mãe que lhe contava histórias de encantar, inclusive a história de uma viscondessa que tinha uma filha muito bonita prestes a casar. Estas histórias, continuadas acesas na memória do Josefino desde que viu pela primeira vez a luz branca, enquanto nascia.




escrito a 30 Jan. 2010

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