25 janeiro 2010

Onde estou?

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Onde estou
é imenso olhar-te
vejo-me para cá do fio
e tu acenar-me
um lenço branco.

Se é choro que escuto
o borbulhar vem
de tão longe!
Há sons donde te avisto
e do que ouço
pedaços de olhares tristes.

Parti!
Parti no tempo das aves
sem avisar-te
do olhar fui distância
a escutar-te
tempestades de areia
nos teus olhos
que me afogam palavras
pareço peça de teatro
a devorar-me por entre
orquídeas mansas
que me fogem
dos silêncios.

Vejo-me
como rio
dos teus sons mudos
por todo o lado
sou nuvem dispersa
que beija-flores de contente.

Onde estou
esqueço que escrevo
trago o sol quente
a esquecer-te
atiro-me à chuva dos pensamentos
mastigo-me nas palavras
como se eu fosse as trevas
como se os sonhos chegassem
nem sei bem ao certo
nem de onde.

Perdi-me!
Perdi-me do trilhar da tua imagem
e fui-me apagando
nessas canções
lamentos
donde imaginar-te
foram-se pegadas curtas
e a mesma linha
infinita no ponto de encontro.

O vento
passeou-me de leve
por esse abismo
senti palavras magras
a evaporarem-se
senti-te perto
mas não soube agarrar-te!

escrito a 25 Jan. 2010

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