30 julho 2009

Declarações inflamadas


A carta está pronta a seguir destino, e o selo, carrega um coração num braço forte de amor que trago, e vai até à morte. A sepultura será o ciúme do fogo em labareda, a uns consome, a outros venera...
... dentro da água, miram-se cristas de sol puro, e os medos de perder-te. Afogar-me nas lágrimas do meu ser, seria entregar tudo quanto tenho aos piratas do amor, mas o amor que carrego, não tem desprezos, é sempre eterno e a paixão sempre foge momentânea ao seu próprio fogo. Loucuras, as loucuras que não faço, só em poder ver-te! Loucuras descaradas em declamações inflamadas do sentimento. És a novidade que nunca ruirá na rotina da simples palavra, amo-te. Espalham-se letras escritas nas mesas e nas árvores. As paredes acarretam teu nome, e o tempo, devora-o. Até as rochas destiladas das ondas, batem perdidas em todos os recantos escabrosos!A estrada, segue-te até ao fim, se é que tem fim...
 ... olha-me nos olhos e diz-me que vês minha alma! Porque, a cada palavra que encontro em mim, expressa doença que rasga sonetos breves de esperança,. Esperança tocada nas cordas de um instrumento, para toda a vida de um poeta. Enerva-me esta distância, que me empurra no escuro da tua ausência! As horas durante a noite que por vezes não passam, trazem solidão no vazio de um verão quente...
...onde descontinua meu território, se o lamento é prisma e desejos corajosos do licor eleito, a deixar poesias a sorrir nos dentes…
…onde dançam teus abraços macios, descritos a deslumbrar campos floridos! E as tochas, pérolas, desculpas firmadas em palavras que não consigo dizer-te, de tão anestesiada com esse olhar lúbrico. E a minha identidade? Aflora suspiros sem fôlegos de sonetos, de carvão, de desenho traçado num acaso pela minha mão. A tua voz! Tua voz que fica embebida na minha, fala com uma só boca e pensa com uma só mente que me torna impotente! Teimas vindimar as palavras mais belas como nascentes vagos de uvas, as tais, doçuras permanentes. Poucas falam a forma perfeita, poucos falam a mesma língua!Essas tuas sôfregas virtuosas declarações vestidas, a fechar olhos, a voar arrojadas vão… até longe…
…perfeito seria o efeito dócil, que jorra nos olhos do arriscado soberbo, num resumo, amo-te. Serei sempre o exagero, a exuberar o som dos sinos lá no planalto e teimosias de originalidade, as teias que me cercam, que descrevo, como um rio…
o meu rio, onde ateio pétalas magicas lembradas nos devaneios, meus hábitos pingados entre dedos de certezas do teu beijo elegante que apelido de, declaração de amor e carícias. Teus sussurros, teus sussurros soltos progridem no amor do devaneio que inflama florestas de prazeres fogosos, e então és evidência que exacerba as tuas próprias confissões arrebatadoras…

Prosas Poéticas
por Rosa Magalhães

Sem comentários: